Como a Estética Influencia na vida de uma pessoa?

Estética não é Futilidade, é SAÚDE
Resumo
O objetivo dos estudos foi mostrar que existe relação direta entre a aparência e a auto-estima. Foi pesquisada a relação da aparência com a saúde mental de indivíduos. A auto-estima é de grande importância para que o ser humano viva bem; e no decorrer, veremos comprovações fisiológicas e pesquisas já realizadas por outros autores que comprovam a real ligação entre a aparência e o bem estar psicológico, e veremos a importância da contribuição de profissionais da área da saúde neste aspecto. Os estudos demonstram que os indivíduos que não se encontram em harmonia com a própria aparência, sofrem alterações em sua saúde mental, o que os leva muitas vezes à situações críticas e até mesmo ao transtorno depressivo maior, a depressão.
Introdução
Os valores humanos fazem a modificação do homem dentro do meio em que ele vive. As respostas intrínsecas e extrínsecas permeiam o estado emocional do indivíduo. Entre muitos valores temos aquele que o próprio ser se dá. Auto-estima é o valor físico e emocional que se dá a si mesmo. Quando o indivíduo está com sua auto-estima elevada ele se sente mais seguro e confiante sendo capaz de desenvolver seus afazeres e até mesmo passar por seus problemas com maior facilidade, pois mesmo quando passam por problemas estes indivíduos recuperam com maior rapidez o foco positivo das coisas e da vida. Completamente diferente de indivíduos que perdem sua auto-estima por não estarem satisfeitos com sua aparência. O presente trabalho objetiva mostrar a ligação direta da aparência com a auto-estima e com o bem estar físico e psicológico, incluindo a saúde mental de cada indivíduo. Durante o trabalho, com base em dados coletados através de livros e artigos científicos, serão abordados diversos temas, entre eles auto-estima, depressão, aparência, bem estar psicológico; e será mostrada e diferença de qualidade de vida entre os indivíduos que possuem sua auto-estima elevada e os indivíduos que se sentem deprimidos e se consideram inferiores e insatisfeitos com a própria aparência. Será relatada também a ligação entre o que se vê e o que se sente, isto devido ligação do campo visual com o sistema nervoso central que é a região do cérebro que comanda todo o corpo. O objetivo dos estudos foi mostrar a real ligação entre a aparência, a auto-estima e a saúde mental de cada indivíduo, e a importância da auto-estima ser considerada algo que interfere na saúde, pois afeta o psicológico, o emocional e o social dos indivíduos. E junto a isso objetivamos mostrar a influência de profissionais da área da saúde nestes aspectos.
Auto-estima
É a opinião e o sentimento que cada pessoa tem por si mesma, é a capacidade de respeitar, acreditar e amar a si mesmo. A auto-estima começa a se formar na infância, nos relacionamentos com as outras pessoas e em como estas pessoas nos tratam, ou seja, as experiências do passado poder exercer uma influência significativa na auto-estima quando crescemos. Perde-se a auto-estima quando se passa por muitas decepções, frustrações, em situações de perda, ou quando não se é reconhecido por nada que se faz. Qualquer um está propenso a sofrer com baixa auto-estima. A auto-estima é determinada si próprio, pode ocorrer até pela deterioração da própria auto-imagem. (RECINELLA, 2008). A auto-estima também se encontra diretamente ligada a qualidade de vida, que segundo a organização Mundial de Saúde (OMS) se define como “percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. (SALES, 2001).
Neurotransmissores
São substâncias que medeiam todo e qualquer processo no nosso cérebro. Entre eles encontram-se a serotonina, responsável pelas atitudes ligadas ao impulso, a noradrenalina ou epinefrina, responsável pelo interesse que as coisas despertam no indivíduo, mas que se encontra em concentrações reduzidas nas pessoas deprimidas, e a dopamina envolvida no mecanismo de tomada de decisões. Essas substâncias são responsáveis pelas trocas de informações do Sistema Nervoso Central (SNC). Essas trocas iniciam-se a partir de uma sinapse (encontro entre dois ou mais neurônios- é denominada a base de funcionamento do Sistema nervoso Central) esses neurônios ao se encontrarem liberam e recebem entre si os neurotransmissores que levam consigo as informações necessárias. Essas informações são relacionadas aos sentimentos; elas denominam se sentiremos prazer, alegria, humor ou emoções. Alteração nesses neurotransmissores provoca quadros de ansiedade, irritabilidade, humor instável e emoções comprometidas. No caso do suicídio, a grande alteração ocorre por conta da produção de serotonina. (PAIVA, 2007)
Depressão - Transtorno Depressivo Maior
O transtorno de humor mais comum é a depressão que ocorre com tanta freqüência que foi chamada de “o resfriado dos transtornos psicológicos”. (HOLMES, 1997). De um ponto de vista fisiológico, a depressão é resultado de um baixo nível de atividade neurológica nas áreas do cérebro responsáveis pelo prazer. Esse baixo nível de atividade neurológica origina-se de quantidades insuficientes de neurotransmissores nas sinapses, ou seja, é uma alteração decorrente da ação de neurotransmissores pelo prazer. Esse baixo nível de atividade neurológica origina-se de quantidades insuficientes de neurotransmissores nas sinapses, ou seja, é uma alteração decorrente da ação de neurotransmissores no cérebro. Em um indivíduo que se encontra em estado normal, esta troca de mensagens decorrentes dos neurotransmissores, funciona normalmente; ocorre uma sinapse, onde um neurônio libera em quantidade suficiente neurotransmissores e o outro por meio de receptores o recebe, fazendo com que as trocas de informações ocorram perfeitamente. Já em indivíduo com depressão, os receptores presentes nos neurônios funcionam normalmente, porém, há uma quantidades insuficientes de neurotransmissores liberados nas sinapses, fazendo com que essa troca de informações ocorra de forma deficiente, sendo assim o S.N.C funciona com menos “combustível”. (BUNNEY e DAVIS, 1965). Em um cérebro em seu estado normal, os neurotransmissores serotonina e noradrenalina produzidos em um neurônio são jogados na sinapse e se há mensagem, eles se encaixam no neurônio seguinte, então a mensagem prossegue seu caminho e o neurotransmissor que sobra é reaproveitado. (PAIVA, 2006). A depressão pode ser vista também sob três aspectos: intensidade (leve, moderada ou grave), duração (aguda, recorrente ou crônica) e qualidade (retardada ou agitada). (JOÃO, 1987). Desde o século XIX, a depressão já era motivo de preocupação para os profissionais da área da saúde. Já nesta época Griesinger (1865), descrevia a depressão como uma apresentação sindrômica das funções cerebrais e ser caracterizada através da palavra “humor” (GRIESINGER, 1865).
Sintomas em indivíduos com depressão
Os sintomas e sinais psíquicos da depressão são: falta de interesse, tristeza, desânimo, apatia, insegurança, inércia, choro persistente, negativismo, desesperança, irritabilidade, falta de concentração, auto-estima depreciada, sentimento de culpa excessivo e inadequado, sentimento de impotência e idéias de suicídio. Os sintomas e sinais orgânicos da depressão são: insônia e/ou hipersonia, alteração do apetite, ganho ou perda de peso, diminuição do desejo sexual, falta de energia e fadiga e lentidão ou agitação psicomotora. E, por último, os sinais e sintomas sociais são: retraimento social, perda ou diminuição da produtividade e desinteresse na área de lazer. (GUARIENTE, 2002).
Relação – Sistema Nervoso Central / Campo visual
Estima-se que 38% de todas as fibras nervosas no Sistema Nervoso Central (S.N.C- região que controla todo o corpo e se encontra diretamente ligada á visão) estão diretamente ligadas à função visual. O estímulo visual que vai da retina à região occipital é influenciado por várias regiões do cérebro. Se o que se vê é agradável, respostas positivas são enviadas para o S.N.C, garantindo bem estar; Porém se a aparência não agrada, essa mensagem vai direto para o cérebro que ao chegar no
S.N.C pode causar alterações na auto-estima, no bem estar, muitas vezes levando a depressão (ALVES, 2006).
Influência de patologias na auto-estima
Alopécia é a perda ou ausência de cabelos, com maior freqüência na cabeça, podendo ocorrer em outras partes do corpo, principalmente em decorrência de certas doenças, medicamentos e distúrbios endócrinos (RAFFA, 2006). A queda do cabelo induzida pela quimioterapia não é um evento adverso clinicamente importante, no entanto, é considerada pelo paciente como devastador, pois além de afetar a auto-imagem, é um sinalizador da presença de “doença grave” para a sociedade (BONASSA, 2005).
Foi observada melhora na auto-estima de pacientes submetidos a quimioterapia após a passarem por tratamentos estéticos de alopecia, que foi realizado com o objetivo estimular novamente o crescimento dos cabelo. Essas pacientes começaram a sofrer com a queda de cabelo decorrente da quimioterapia e passaram a relatar insegurança, medo e perda da auto-estima; após os procedimentos estéticos os cabelos voltaram a nascer e houve uma grande melhora na auto-estima das pacientes. (MARASCIULO e ALVES 2007).
Realização de avaliação psicológica em pacientes que passaram pela cirurgia de reconstrução mamária, em Campinas. Reconstruir a mama pode representar a preservação da auto-imagem da mulher, melhor qualidade de vida, e portanto, um processo de reabilitação menos traumático. Inúmeros recursos de cirurgia plástica estão à disposição para amenizar os sentimentos pela alteração física provocada pela mastectomia. (MESSA e PRADO 2002). No período pré-cirúrgico as pacientes demonstraram a presença de depressão e sofrimento psicológico; o que não ocorreu mais após a cirurgia, onde 90% delas relataram a melhora da auto-estima e até a melhora em seu relacionamento conjugal obtida através da melhora da auto-imagem. (VIANNA, 2004). Dessa forma, parece que a reconstrução mamária melhora a auto-imagem, o senso de feminilidade e o relacionamento sexual. As mulheres que passaram pela cirurgia reparadora tendem a expressar atitudes positivas e satisfação com a aparência, além de menor temor da recidiva com a remoção da cicatriz. (VIANNA, 2004).
Foi realizada por Finzi (2006), uma tese tendo como base a escala de Rosenberg (um instrumento desenvolvido nos Estados Unidos da América para avaliar um aspecto da qualidade de vida). Durante a pesquisa foram avaliados 54 pacientes de ambos os sexos com idade média de 28 anos; Estes apresentavam aumento do tecido adiposo no abdome, associado ou não a depósitos localizados em outras regiões e todos manifestaram desejo da melhora estética do contorno corporal. Foram aplicados então três questionários de avaliação de qualidade de vida pouco antes e seis meses após o procedimento cirúrgico. Verificou-se que após a cirurgia de lipoaspiração houve grande melhora de qualidade de vida, incluindo aspectos emocionais, sociais, capacidade funcional, vitalidade e saúde mental, o que fez com que a escala de Rosenberg apontasse melhora na qualidade de vida destes pacientes. (DINI, 2004).
Foi publicada no ano de 2004 no jornal “The Herald Journal” o caso de uma mulher chamada Kathleen Delano que havia sido vítima de depressão durante anos e mesmo depois de ter se submetido a psicoterapia e a ingerir diversos medicamentos antidepressivos, não sentia melhorias. Porém, após recorrer a um tratamento de cinco injeções de Botox (tratamento estético a base de toxina butolínica) na glabela (zona entre as sobrancelhas), comprovou, após cerca de oito semanas que os seus sintomas depressivos haviam desaparecido, ela relata que após os procedimentos realizados, através de apenas algumas mudanças de certos traços faciais, ela se sentia bem melhor, ganhou ânimo, melhorou a auto-estima e voltou a fazer coisas que já não fazia a anos. Vendo isso, nota-se o quanto a aparência influencia na auto-estima e na qualidade de vida dos indivíduos e o quanto a ajuda de profissionais da área da saúde podem influenciar para que se obtenha melhora nestes aspectos. (FINZI, 2006)
Metodologia
Este trabalho foi realizado no período de agosto de 2010 a dezembro de 2010, onde dados foram coletados através da leitura de livros, e de artigos científicos obtidos por meio digital, onde os coletamos através de sites como www.bireme.br e www.scielo.br. Os autores de todo o conteúdo presente nos artigos se encontram entre os anos de 1865 á 2007. Esses materiais foram obtidos devido a conterem informações relacionadas ao tema e do desenvolvimento do trabalho. Foram observadas as diferentes opiniões e visões dos autores sobre os dados relacionados ao assunto. Ao todo, o conteúdo conta com cerca de 30 autores que através de seus artigos e suas publicações desenvolveram assuntos relacionados ao presente trabalho. Realizamos a leitura de todos os artigos, publicações e capítulos do dos livros individualmente, absorvendo apenas o era cabível. O trabalho foi montado a partir de encontros com os componentes do grupo e sua orientadora. 
Conclusão
Segundo o trabalho elaborado, vimos que há uma relação direta entre a aparência e o psicológico de cada indivíduo. Observamos o quanto a aparência, a beleza e o bem estar podem afetar a qualidade de vida de cada pessoa; e através de pesquisas elaboradas tendo como base artigos científicos, notamos que o que vemos exteriormente afeta diretamente o interior. E sabendo ainda que a aparência quando desagrada, afeta o psicológico, o emocional e o social do indivíduo, então conclui-se que, é de extrema importância cuidar da aparência, da saúde física e da beleza, e junto a isso vemos a importância da ação de profissionais da área da saúde nestes aspectos, para que assim se obtenha plena satisfação com o próprio corpo e se possa adquirir saúde mental e bem estar físico e psicológico, evitando então diversos transtornos e casos como os de transtorno depressivo maior.


Esse trabalho foi elaborado no Centro Universitário Augusto Motta.
Responsáveis pela elaboração: Thaís Cristine S. Nogueira Nascimento, Michele Amaral, Cinthia Marcele, Sandra Soares, Aline Domingues.



Referências    
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ALVES, J.da.S. Observações  Neuroftalmológicas. Portugal. (2006). Disponível em http://jsamed.com/neuroftalmologia.htm.  Acesso em 04.10.2010 ás 17h42 min.
BONASSA, E.M.A, SANTANA, T. R. Enfermagem em Terapêutica Oncológica. 3ª edição. São Paulo: Editora Atheneu. (2005)
BUNNEY e DAVIS. (1965). Psicoterapia breve e pacientes depressivos. Disponível em <http://www.monografias.brasilescola.com/psicologia/psicoterapia-breve-pacientes-depressivos.htm> Acesso em 16.10.2010 ás 21h40min.
DINI, G.M. Validade de construção e sensibilidade da escala de auto-estima Rosemberg/UNIFESP-EPM em lipoaspiração. São Paulo. 2004. Disponível em <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=419296&indexSearch=ID> Acesso em 14.08.2010 ás 01h24min.
FINZI, E. Botox ajuda na cura da depressão. Washington. (2006). Disponível em <http://www.insanus.org/mondoestudo/2006/05/>. Acesso em 14.09.10 ás 14h25min.
GRIESINGER, W.Psicoterapia breve e pacientes depressivos.Rio de Janeiro.(1865) Disponível em emem <http://www.monografias.brasilescola.com/psicologia/psicoterapia-breve-pacientes-depressivos.htm> Acesso em 13.11.2010 ás 20h48min.

 
   

 MARASCIULO, C. e ALVES, I. (2007). Aspectos estéticos, sociais e emocionais da alopécia em uma pessoa submetida a quimioterapia. Santa Maria, Rs. (2007). Disponível em <http://www.ulbra.br/santamaria/eventos/jornada/2007/arquivos/Eco1192162721.pdf>. Acesso em 23.09.2010 ás 21h20min.
 MESSA, A.P. Análise de repercussões psicológicas de paciente mastectomizada, em seguimento        ambulatorial. São Paulo.  (2002).  Disponível em <http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl16.htm>. Acesso em 13.11.2010 ás 22h50min.
 PAIVA, M.C. Sistema nervoso central – Neurotranmissores. São Paulo. (2007). Disponível em <http://ceciliaethassiamedvet.blogspot.com/2007/04/www.html> Acesso 07.12.2010 ás 20h05min.

PRADO, J.A.F.A. Supervivência: novos sentidos na vida após a mastectomia. Tese de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. (2002). Disponível em <http://www.tede.ufsc.br/teses/PPSI0076.pdf> Acesso em 15.09.2010 ás 23h05min.

RECINELLA, R. O que é auto-estima. Paraná. (2008). Disponível em <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-que-e-auto-estima/21592/>. Acesso 08.12.2010 ás 14h34min.
 rAFFA, R. B, SCOTT, M, BEYZAROV, E. P.  Atlas de farmacologia de Netter- Aspectos estéticos, sociais e emocionais da alopécia em uma pessoa submetida a quimioterapia. (2006).  Santa Maria, RS. Disponível em <http://www.ulbra.br/santamaria/eventos/jornada/2007/arquivos/Eco1192162721.pdf> Acesso em 17.11.2010 ás 20h13min.